Há tempos, eu namorava um pequeno livro infantil. Passava pela livraria e ele estava lá, me encarando. Por diversas vezes o peguei, folheei e me diverti com suas imagens em movimento. Algumas poucas vezes o levei até a proximidade do caixa, mas sempre o descartava. Não era mais um livro para mim. Eu não pertencia mais à classe digna de possui-lo. Eu não era mais uma criança.
O tempo seguia adiante e eu o esquecia. Entretanto, bastava uma nova visita a uma livraria, em busca de outra coisa qualquer, e ele se mostrava mais uma vez. Discreto, sempre jogado num canto, bobo e simples como só ele poderia ser.
Algumas vezes eu resistia à tentação de pegá-lo. Na maioria, eu sucumbia ao seu singelo encanto e mergulhava naquilo que me remetia a uma época maravilhosa de inocência e imaginação. Há muito tempo atrás, em uma galáxia muito, muito distante.
Se ele gostará das mesmas coisas que eu, só o tempo dirá. No entanto, eu tenho a desculpa perfeita para comprar aquele livro. Ele não seria pra mim e sim para meu rebento. Agarrei a chance e o comprei. Ele estará enfeitando o seu quarto e poderei me perder em suas imagens sempre que quiser. E meu filho estará comigo, se acostumando com as fantasias que tanto encantaram seu pai, até que ele tenha idade suficiente para assistir, junto ao seu velho, a incrível saga Star Wars!
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