domingo, 25 de dezembro de 2016

Como Era o Natal na Minha Infância



O Natal está chegando e, com ele, a nostalgia bate forte. Nessa época do ano, o passado sempre me vem a tona e fico relembrando da minha infância e de como eram os meus Natais nos anos 80.

Minha família nunca foi de seguir a risca as tradições natalinas. Nunca tivemos ceia de natal à meia noite, como era o costume na casa de meus amigos. Meus pais sempre gostaram de dormir bem cedo.

Então, eles incrementaram a lenda do Papai Noel, dizendo que ele passava mais cedo lá em casa. Eu ficava feliz da vida. Me sentia especial. Papai Noel me considerava tão legal que, antes de qualquer criança no mundo, entregava meus presentes.

Nossa "ceia" sempre foi feita no horário de almoço. A maior vantagem era que nossos parentes podiam participar e, depois, fazer a ceia na casa deles no horário de costume.

Nossas árvores de Natal também eram diferentes das de todo mundo. Minha mãe curtia fazer a árvore do jeito dela. Normalmente ela pegava uma árvore seca, sem folhas, enchia de algodão e lá estava nossa árvore nordestina. Não vou mentir. Eu morria de vergonha dela. Eu nunca entendia porque meus amigos tinham pinheiros e eu, aquela coisa esturricada. Pelo menos ela enchia a árvore de Papais Noéis de chocolate, que eu detonava antes mesmo do dia de natal chegar.



Outra coisa que me lembro bem era que meus pais sempre compravam uma porrada de brinquedos mais simples para distribuir para crianças carentes. Eu adorava ir com eles e ver a felicidade da garotada. 

Meus natais eram bem parecidos. Costumeiramente, eu passava o dia inteirinho na frente da TV assistindo a programação especial. Minha memória pode estar criando algo falso, mas parecia que sempre era da mesma forma.

Logo pela manhã, a Globo passava o especial de natal do Mickey, com histórias natalinas envolvendo todos os personagens da Disney. Se mudasse o canal para o SBT, lá estava o especial de natal do Charlie Brown. Curiosamente a árvore de natal que ele arrumava se parecia muito com a da minha casa. Que lástima!

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À tarde, a Globo passava filmes variados. Muitas vezes passava Os fantasmas contra atacam, que era uma versão da clássica história de Charles Dickens, onde um sovina era visitado pelos fantasmas dos natais passados, presente e futuro. Mas, na maioria das vezes, repetia incessantemente o filme Esqueceram de Mim.



Já o SBT, apostava no mesmo filme todos os anos, A Rena do Nariz Vermelho. Uma animação em stop motion que contava a história de uma rena que era discriminada por ser diferente, mas acabava se tornando uma respeitável condutora de trenó do próprio Papai Noel.



Não faço ideia do que passava durante a noite. Como disse anteriormente, nós dormíamos muito cedo. Umas 8 horas da noite eu já tinha capotado na cama e só acordava no dia seguinte.

Outra coisa que marcou bem a minha infância foram as aguardadas propagandas de brinquedo da estrela. Era um compilado com todos os brinquedos que ela vendia.



Outras clássicas eram as propagandas do Banco Nacional e da Varig. Qualquer um que tenha vivido nessa época, sabe as músicas de cor.





É, amigos. Eu posso dizer que tive uma infância feliz. Não tenho uma memória triste sequer dos meus natais passados e, hoje, tudo o que eu quero é fazer o mesmo pra meu filhote. Ele acabou de fazer um ano e vai participar do seu segundo natal. Esses, ainda não vão ficar na memória, mas espero que, quando ele tiver a minha idade, possa se lembrar com carinho de tudo o que o papai fez por ele. Quem sabe um dia ele escreva um texto falando sobre tudo isso?




sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Dicas Para Se Viajar De Carro Com Um Bebê



Para um pai novato, viajar de carro com o filho bebê pode parecer assustador. E é assustador. Ainda mais no meu caso, que preciso pegar uns 500 Km de estrada para chegar ao meu destino. Mas, já passei por essa experiência duas vezes e posso dizer que, se tudo for bem planejado, o trajeto será o mais tranquilo o possível.

Eu viajei com meu bebê em duas situações diferentes e, em cada uma delas, precisei fazer algumas adaptações. Da primeira vez, ele tinha 6 meses e mal engatinhava. Da segunda, ele acabara de fazer um ano e já andava. Isso muda bastante, pois, no segundo caso, ele fica mais inquieto. O segredo é planejamento. Estar preparado para diversas situações vai te livrar de inconvenientes pelo caminho.

A seguir, darei algumas dicas de como se planejar para uma viagem de carro com um bebê. Acredito que elas podem ser bastante uteis para vocês:

1) Conheça a estrada por onde vai dirigir.



Ter o conhecimento do trajeto pode ser fundamental para a programação do horário de saída, locais mais lentos, pontos de parada. Tudo para fazer a viagem no menor tempo possível.

 No nosso caso, como conhecemos bem a estrada, sabíamos que o percurso crítico eram os primeiros 100 Km, pois haviam dois pedágios e uma movimentação de carros intensa, sendo menor durante a madrugada. Sendo assim, programamos o início da viagem para esse horário.

2) Faça a manutenção preventiva do carro



É o básico de qualquer viagem, mas não custa lembrar. Verifique pneus, estepe, radiador, água do limpador de para-brisa. Também tenha a mão contato do seguro do carro. Tudo para não ser pego de surpresa em caso de algum inconveniente.

3) Não esqueça do telefone celular



Hoje em dia, ninguém anda sem um, mas é importante lembrar de mantê-lo com a bateria carregada e levar um carregador veicular para emergências.

4) Tenha uma cadeirinha de bebê confortável



O bebê precisa estar o mais confortável possível e a cadeirinha deve ser adequada para a idade e tamanho. Lembre-se de que a ideia é que ele durma boa parte do trajeto. Sendo assim, dê preferência a cadeirinhas que reclinam. E nunca. NUNCA deixe o bebê sem o cinto de segurança atado.Fiz uma postagem dando dicas de escolha de cadeirinhas. Dê uma passada por lá para se informar. (Clique Aqui)

5) Leve um cooler abastecido



 Durante uma viagem longa, vale a pena levar um cooler ou caixa térmica para manter resfriado a comida do bebê, água e qualquer coisa que necessite refrigeração.

6) Leve comidinhas



Quanto menos você puder parar, melhor. Então, se valha de comidinhas fáceis para fazer uma boquinha pelo caminho.

7) Deixe à mão a mala com os apetrechos de troca de fraldas



Bebê sujo gera irritação e choro.Trocar a fralda do bebê vai ser inevitável. Algumas vezes você vai precisar parar em algum posto para fazer a troca. Sendo assim, deixe tudo à mão. Nada de colocar na mala do carro, atrás de um monte de sacolas. Já que vai precisar usar com certa frequência, deixe na frente com vocês para facilitar o processo.

8) Leve distrações para o bebê



Bom, você conhece o seu filho. Leve tudo o que ele gosta para mantê-lo entretido. Tablet com vídeos, músicas infantis, brinquedos. Se a viagem vai ser cansativa para você, para ele vai ser pior ainda. Não deixe seu bebê irritado a toa.

Penso que, seguindo essas dicas, a seu trajeto vai ser mais tranquilo e você vai estar preparado para emergências.

Boa viagem!

sábado, 17 de dezembro de 2016

Um Resumo Do Primeiro Ano Do Meu Filho



Apenas um ano se passou desde o nascimento do meu filho e eu já me sinto um pai veterano de guerra, me dando o luxo de dar conselhos embasados e rindo da inexperiência dos futuros papais, cuja gravidez ainda está em curso.

Caramba! Quanta coisa se passou em 365 dias! Tudo, TUDO muda! Algumas para melhor e outras, não tenho receio de dizer, para pior. Mas isso faz parte de qualquer experiência de mudança na sua vida, seja mudança de endereço, trabalho, colégio ou faculdade. Qualquer alteração na sua rotina vai trazer seus altos e baixos e, no meu caso, os altos venceram de forma exemplar!

Para marcar essa data tão especial, resolvi fazer um pequeno resumo de coisas que mais me chamaram a atenção nesse primeiro ano de vida do meu filho. Claro que essa é a minha experiência, mas acredito que muita coisa seja compartilhada com outros pais:

1 - O desenvolvimento dessas criaturinhas é espantoso.

Num dia, meu filho parece uma geleia imóvel que só faz xixi, cocô, chorar e dormir. No outro, ele está escalando o armário da sala, tentando pegar o controle remoto para mudar o canal da TV. E continua fazendo xixi, cocô, chorando e dormindo. E é tão rápido que, se não fossem as fotos e filmagens, eu acabaria esquecendo de muita coisa. As vezes, pego fotos de uns três meses atrás e parecem pessoas completamente diferentes. A dica, aqui, é tentar viver cada momento intensamente, pois, quando menos esperamos, ele já passou para uma nova etapa.

2 - Emergências fazem parte

Nesse primeiro ano, nosso filho não teve nenhum tipo de acidente de grande seriedade ou nenhum tipo de doença mais grave. Um lábio partido aqui, uma febre ali, uma alergia acolá. Isso vai acontecer, ok? Mesmo que você prenda seu filho numa redoma de vidro (Não faça isso!) ele vai cair e se machucar. Faz parte do aprendizado. Faz parte da vida. Quantas coisas você mesmo já passou e está aí, vivinho da silva? A dica aqui é, antes de algo pior acontecer, já tenha planejado um protocolo de emergência. Saiba quais clínicas da cidade atendem emergência pediátrica, quais atendem o seu plano de saúde, tenha registrado em mente ou em aplicativos de GPS os caminhos para lá e rotas alternativas e, tenha sempre o contato telefônico do pediatra. É o dia-a-dia deles. Não precisa ficar com vergonha de ligar ou mandar uma mensagem. Só não faça isso cada vez que seu filho espirrar, pois ninguém é de ferro.

3 - A configuração da casa mudou completamente

E não falo apenas do novo ambiente, o quarto do bebê. Tudo teve que ser mudado. Porta retratos e pequenos vasos decorativos tiveram que ser colocados em locais mais altos. Aquela sala arrumadinha? Agora tem um cercadinho no meio, tapete de atividades de um lado, livros e brinquedos espalhados por todo canto. Portas que ficavam abertas, precisaram ser fechadas e uma grade teve que ser colocada na porta da cozinha para impedir que ele tenha acesso fácil. Aquela visão bonita que eu tinha da varanda? Ainda está lá, mas com uma rede de proteção para impedir acidentes mais graves. Travas de segurança nos armários... Enfim! Muita coisa mudou.

4 - A Relação com os seus pais muda

Essa afirmação pode ter vários significados. Pra mim, em especial, ela significou que eu passei a dar mais valor aos meus pais. Saber que eles fizeram todos os sacrifícios que hoje eu faço com o meu filho. Que eles perderam noite com meus choros, trocaram minhas fraldas inúmeras vezes, cuidaram da minha saúde. Hoje eu os vejo com outros olhos. Tento dar mais atenção ao que eles dizem e tento ficar o mais perto o possível deles, pois eu gostaria que o meu filho fizesse isso por mim. Os abraço mais, os beijo mais e tento retribuir o carinho que eles sempre tiveram comigo e, talvez, eu não valorizasse tanto. Fora que, ver nossos pais como avós é uma coisa mágica. Eles ficam mais bobos que a gente, como pais.

5 - Aos poucos, uma nova rotina é criada

No início, parece que você nunca mais vai conseguir fazer as coisas que gosta. Ler um livro, ver um filme, jogar videogame. Bom, a coisa, realmente, fica mais difícil. Como em toda mudança, aos poucos, as coisas vão tomando forma e, quando você vê, já existe um novo cotidiano onde sua forma de lazer favorita está encaixada. Apertadinha, com muito menos tempo, mas dá pra fazer uma coisa ou outra durante a semana. Nesse exato momento eu estou vendo um filme no notebook enquanto ele assiste vídeos infantis na tv. Pra quem olha de fora parece horrível, mas você não está deixando de se divertir. Apenas está se divertindo com coisas que nem imaginava. Brincar com seu filho, levá-lo para passear vai entrar no "cardápio"das diversões.

6 - Músicas infantis vão ser o seu dia-a-dia

Sabe aquela música que toca na "rádio" da sua cabeça? Aquela que fica tocando na sua mente em looping? Se acostume, pois ela vai mudar radicalmente. Quando você menos esperar, vai estar no meio do trabalho, cantarolando alguma cantiga de roda ou outra música infantil qualquer. Nomes como Galinha Pintadinha, Mundo Bita e Patati Patatá acabaram se tornando parte integrante da minha vida.

7 - Sua relação com outras crianças muda

Pra deixar claro, eu não suportava crianças. O choro dessas pestinhas me deixava doido e eu tentava me manter o mais afastado possível dessas criaturas. Então, tudo mudou. Hoje, não posso ver uma criança, que abro um sorriso. Faço graça, brinco, converso. Percebi que o que eu tinha era medo. Eu não sabia como agir com elas. Eram um "bicho estranho" meio incompreensível. A paternidade me tirou esse medo e agora eu poderia até ser um Papai Noel de shopping que estaria feliz.

8 - Sua relação com vizinhos muda

Eu moro num condomínio de dois prédios, com uns 20 andares cada. Não consigo nem fazer a conta de quantas pessoas moram aqui. E sabe quantas eu conhecia? Praticamente ninguém. Provavelmente eles nem sabiam que eu morava aqui, pois saia calado e voltava quieto. No máximo um bom dia no elevador. Bom, não posso dizer que, hoje, conheço todo mundo, mas, pelo menos, todos conversam comigo e me perguntam sobre o meu filho. Se antes vivíamos isolados dos outros, hoje, nos sentimos uma parte integrante do condomínio. Os papos de elevador foram incrementados e agora temos assuntos em comum. É incrível o quanto dá para conhecer de uma pessoa nesses pequenos papos. Se bem que ninguém sabe o meu nome. É outra coisa que acaba acontecendo. Você fica sendo conhecido como "O pai de Rafael".

9 - Você perde a vergonha de ser bobo

Ok, eu nunca fui uma pessoa muito envergonhada nesses aspectos, mas, se existia alguma trava emocional para a "bobisse", ela desapareceu. Danço, faço careta, sento no chão no meio da rua. Quando você está com o seu filho, nada mais importa. O mundo vira um enorme parque de diversões e a opinião dos outro não importa. Só a do seu filho.

10 - Minha visão de futuro mudou

Antes de Rafa nascer, eu sentia como se todas as semanas fossem, relativamente, iguais. Eu vivia de fim de semana para fim de semana. Não haviam grandes expectativas nem grandes mudanças. A primeira semana de março era muito parecida com a terceira semana de outubro. Não que fosse ruim. Era muito bom. Era um "Igual bom". A diferença é que não havia um sentido de evolução. Isso mudou drasticamente. Com um filho, nenhum dia, semana ou mês é igual ao outro. Você acaba acompanhando a evolução gradual e, às vezes, repentina de uma criança, fazendo planos à longo prazo e a coisa segue, aparentemente, para sempre, a partir de então.