domingo, 8 de novembro de 2015

Propagandas Direcionadas aos Pais.



A pouco tempo atrás, quando eu navegava pela internet e entrava nos sites, os banners só me mostravam propagandas de livros e jogos.

De uns meses para cá, isso mudou consideravelmente. Agora, sou recebido com uma enxurrada de propagandas de mamadeiras, chupetas, berços e afins.

Que bruxaria é essa? Como eles sabem que vou ter um bebê?

Muitos sabem como funciona a propaganda na internet, mas outros tantos desconhecem e podem se perguntar como esses sites sabem tanto sobre a gente.

É simples. Nós entregamos todas nossas informações de mão beijada para eles. Cada pesquisa, cada compra, cada foto divulgada, cada pequeno movimento nosso pela internet fica registrado, gerando um monte de dados. Algumas empresas, como Google e Facebook, por exemplo, pegam esse amaranhado de dados e usam algorítimos que tentam entender nossas preferências e, com isso, gerar propagandas que possam ser mais relevantes para nós.

Em computadores compartilhados, isso fica mais difícil, pois vai ser uma miscelânea de informações,  mas em computadores pessoais a coisa chega a ser assombrosa.

Existe um caso clássico que exemplifica bem a coisa. Existe uma grande empresa varejista nos EUA chamada Target. Um belo dia, um senhor descobre que a filha de 14 anos estava recebendo propagandas de fraldas, a tratando como "mamãe". O cara enfureceu-se e foi a loja Target reclamar. Gritou e esperneou com o gerente, acusando-o de incitar a filha dele a fazer sexo e engravidar. O gerente pediu desculpas e ele voltou pra casa. No caminho de volta, sua esposa, constrangida, abriu o jogo. A filha deles realmente estava grávida de 3 meses.

E como a empresa sabia disso? Traçando um perfil do consumidor. Como é uma empresa que possui uma variedade muito grande de produtos, fica um pouco mais fácil. Uma mulher que deixa de comprar anticoncepcional, compra óleo para estrias, cremes sem perfume, suplementos como cálcio, magnésio e zinco, uma bolsa grande e uma ou outra coisinha especifica e pronto. Eles já identificam que ela está no terceiro mês de gestação e começam a mandar propagandas de fraldas.

Agora imagine tudo o que você entrega para a "internet". Faz check in nos restaurantes que frequenta, posta fotos de cada local que visita, coloca no seu perfil de redes sociais as músicas que gosta, o tipo de filme que prefere, permite que vários aplicativos de celular rastreiem sua localização.

Faça uma retrospectiva da sua vida virtual e veja o quanto de informação você já deu à "máquina". Achava que ninguém estava te observando? Pois pense novamente!

Não é à toa que eu estou recebendo apenas esse tipo de propaganda. Todas as minhas pesquisas, nos últimos meses, têm sido relacionadas com a paternidade.

Sabendo disso tudo, você tem duas opções.  Ou temer a internet pela clara invasão de privacidade ou abraçá-la, aproveitando as vantagens pessoais disso.

Eu Abraço!  Quantas vezes eu não pesquisei um produto em uma loja e o Google gritou: "Cara! Nessa outra loja tem o mesmo produto pela metade do preço!"

Claro que existem meios para se proteger desse tipo de invasão. Navegadores mais seguros, aplicativos que barram o envio de certos dados e uma série de trambolhos digitais. Mas para nós,  cidadãos comuns, acho bobagem se preocupar com isso.

Então, lute contra o Império ou se una ao lado negro da força! A escolha é sua!

OBS: Recentemente, o Congresso Nacional editou a Lei n° 12.965/14, que estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil. Essa lei ainda não possui a aplicabilidade esperada. Na prática, tudo continua como antes. Quem tiver curiosidade, clique AQUI para lê-la.

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